quinta-feira, 24 de abril de 2008

SOBRE JORNALISMO...OU ALGO QUE VERDADEIRAMENTE SE QUER

MOMENTO DE REFLEXÃO...OU DESABAFO
Foi num daqueles momentos em que alguém nos diz uma coisa que nos leva até ao fundo. Diz a voz popular:ao "fundo do poço", eu prefiro "ao fundo da questão".
Eis o momento: surgiu no final de um dia de trabalho para mim, que era também o início de uma noite de trabalho para ela. "Ela" viu o meu blog, este blog. E comentou a parte do jornalismo... Pôs o dedo na ferida, na minha ferida. "És mais uma no meio de tantos que querem a mesma coisa! Mas, sabes, não basta querer, e eu só não comentei porque não concordava e porque não tinha modo de dar a minha opinião"...
Aqui está o que "ela" disse. Aqui está o empurrão que me levou ao fundo. Aproveitei para baixar as armas, por assumir que era propositado o facto de, praticamente, não dar espaço para as pessoas alterarem as hipóteses que ali tinha colocado. Aproveitei, ainda [arre, às vezes sou corajosa!], para lhe perguntar o que queria dizer então. "Simplesmente que não basta querer, é preciso ir à luta, trabalhar, dar provas", disse-me. Vim para casa. Isto foi há dois dias atrás. Só escrevo hoje; só hoje decidi libertar os meus fantasmas! Chega de me lamentar, chega de "simplesmente querer". De facto acomodei-me, é sempre mais fácil. Escondi-me sobreposta por um passado em que fiz umas "coisas" em jornalismo. Imprensa regional, quase tudo encomendado e passado a pente fino pelo editor, chefe de redacção ou director. No final, era publicado um texto que eu não reconhecia meu. Cortes, alterações, teoricamente porque há que respeitar espaços pré-determinados. Como?! Se me via e desejava para cumprir o número de caracteres que me indicavam! Na verdade ... havia que respeitar a cor política do amigo sobre quem eu escrevia, ou os interesses económicos de quem "chamava" um jornalista, digo vendedor, ao local. A minha oposição e luta pela objectividade e liberdade custou-me alguns dissabores, que hoje têm um aroma doce. A melhor recordação: o apelido Jardel que um director me deu [cabe esclarecer que foi na altura em que o Jardel era bom!]. Bati com as portas, mais que uma vez. Assim não... E não voltei. Mas tive bons momentos. Obrigada Sr. Valter, companheiro de grandes aventuras jornalisticas! Agora agarro as recordações mas, ao contrário de outras situações na vida, estas não me bastam. E como parece que nada acontece por acaso, acabei de ver o filme "Renascer de um campeão", do qual partilho algumas palavras: " Um escritor, tal como um pugilista, tem de se destacar por si. Ver as suas palavras publicadas, tal como entrar num ringue, exibe o talento de um homem. E não há esconderijo possível. A verdade é revelada. E, por vezes, os resultados podem ser desastrosos". Voltei aos treinos. O limite é o ringue...
Obrigada Mónica pelo empurrão!

2 comentários:

MVale disse...

"Eles não sabem nem sonham que o mundo comanda a vida e que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança, como bola colorida na mão de uma criança."
É assim mesmo. Toca a ir atrás do sonho... FORÇA, Teresa.
Beijinhos.

MVale disse...

Okei,enganei-me.Desculpa a gafe.
Mas tu também conheces o poema e sabes que não é o mundo que comanda a vida mas o sonho.