MOMENTO DE REFLEXÃO...OU DESABAFO
Foi num daqueles momentos em que alguém nos diz uma coisa que nos leva até ao fundo. Diz a voz popular:ao "fundo do poço", eu prefiro "ao fundo da questão".
Eis o momento: surgiu no final de um dia de trabalho para mim, que era também o início de uma noite de trabalho para ela. "Ela" viu o meu blog, este blog. E comentou a parte do jornalismo... Pôs o dedo na ferida, na minha ferida. "És mais uma no meio de tantos que querem a mesma coisa! Mas, sabes, não basta querer, e eu só não comentei porque não concordava e porque não tinha modo de dar a minha opinião"...
Aqui está o que "ela" disse. Aqui está o empurrão que me levou ao fundo. Aproveitei para baixar as armas, por assumir que era propositado o facto de, praticamente, não dar espaço para as pessoas alterarem as hipóteses que ali tinha colocado. Aproveitei, ainda [arre, às vezes sou corajosa!], para lhe perguntar o que queria dizer então. "Simplesmente que não basta querer, é preciso ir à luta, trabalhar, dar provas", disse-me. Vim para casa. Isto foi há dois dias atrás. Só escrevo hoje; só hoje decidi libertar os meus fantasmas! Chega de me lamentar, chega de "simplesmente querer". De facto acomodei-me, é sempre mais fácil. Escondi-me sobreposta por um passado em que fiz umas "coisas" em jornalismo. Imprensa regional, quase tudo encomendado e passado a pente fino pelo editor, chefe de redacção ou director. No final, era publicado um texto que eu não reconhecia meu. Cortes, alterações, teoricamente porque há que respeitar espaços pré-determinados. Como?! Se me via e desejava para cumprir o número de caracteres que me indicavam! Na verdade ... havia que respeitar a cor política do amigo sobre quem eu escrevia, ou os interesses económicos de quem "chamava" um jornalista, digo vendedor, ao local. A minha oposição e luta pela objectividade e liberdade custou-me alguns dissabores, que hoje têm um aroma doce. A melhor recordação: o apelido Jardel que um director me deu [cabe esclarecer que foi na altura em que o Jardel era bom!]. Bati com as portas, mais que uma vez. Assim não... E não voltei. Mas tive bons momentos. Obrigada Sr. Valter, companheiro de grandes aventuras jornalisticas! Agora agarro as recordações mas, ao contrário de outras situações na vida, estas não me bastam. E como parece que nada acontece por acaso, acabei de ver o filme "Renascer de um campeão", do qual partilho algumas palavras: " Um escritor, tal como um pugilista, tem de se destacar por si. Ver as suas palavras publicadas, tal como entrar num ringue, exibe o talento de um homem. E não há esconderijo possível. A verdade é revelada. E, por vezes, os resultados podem ser desastrosos". Voltei aos treinos. O limite é o ringue...
Obrigada Mónica pelo empurrão!
quinta-feira, 24 de abril de 2008
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Partilha de música e cinema
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